Os primeiros passos de Feras em Campo

Um balanço geral e o que vem por aí

Lembro do dia em que meu sonho de ter um livro nas livrarias deixou de ser apenas um sonho e se tornou uma possibilidade.

Eu tinha recém passado pelo processo de conseguir uma agente literária e começado a trabalhar com a Karol. Feras em campo era apenas um manuscrito no Word que em breve tentaríamos vender para uma editora. Em uma conversa com a minha mãe, eu falei “vai acontecer, agora eu sei”. Minha mãe me disse para cuidar desse sonho mesmo assim, para tratá-lo com carinho. Foi o que eu fiz. Eu o segurei nas mãos com o maior cuidado do mundo, do jeito como hoje posso segurar Feras em campo.

Fotos que as pessoas me mandaram depois de verem meu livro nas livrarias pelo Brasil

Ainda passo por momentos de “Meu Deus, isso está mesmo acontecendo”.

Ao mesmo tempo — e espero que eu não soe prepotente escrevendo isso —, ser uma autora é só um trabalho mesmo. O trabalho dos meus sonhos, mas um trabalho. E um que eu fiz enquanto trabalhava em outra coisa também. Então o sonho também veio com muita dose de realidade e de cansaço.

Não é só publicar um livro, eu também tenho que trabalhar na divulgação dele antes, durante e depois do lançamento. Porque do que adianta ter um livro se as pessoas não sabem sobre ele? Eu preciso garantir que ele vai alcançar os leitores certos, as pessoas que vão se apaixonar por Lia e Martina como eu me apaixonei.

Ao contrário do que muita gente imagina, estar em uma editora tradicional não significa que posso delegar o trabalho de divulgação para eles. A Buzz fez muitas coisas incríveis pelo meu livro (e continua fazendo!) e eu certamente preciso investir menos dinheiro nele logo de saída, mas a sina de todos os autores é precisar divulgar seus livros, não só escrever, ainda mais quando se trata de um debut no meio tradicional.

Não estou reclamando porque, por incrível que pareça, eu passei a amar essa etapa de criação de conteúdo. É exaustivo, mas também me permite ter mais contato com os leitores (com vocês!) e isso é uma das coisas mais legais de ser escritora. Se eu me dou ao trabalho de colocar uma história no papel é por dois motivos:

  1. Porque eu quero ler;

  2. Para surtar com as pessoas sobre essas personagens.

(Nesse primeiro objetivo, acrescenta-se todo o magnetismo de criar, a vontade louca de colocar um mundo no papel, a sensação de que preciso transformar as cenas da minha cabeça em algo, o medo e a ansiedade de fazer jus a uma ideia.)

E estar nas redes sociais, receber as DMs e os comentários das pessoas que já leram o livro, é a melhor forma de alcançar esse segundo objetivo. Essas semanas desde o lançamento foram cheias de sorrisos e coração quentinho, e me sinto muito feliz por compartilhar Feras em campo com vocês.

Ilustração do primeiro beijo das protagonistas, feita por Jill

O que vem por aí

Enquanto editava Feras em campo e dava um ok nas etapas de preparação e revisão, eu trabalhei no meu projeto carinhosamente apelidado de “Exorcismos de apartamento”. É uma história na vibe de Feras, de comédia romântica sáfica com fantasia urbana, mas sem futebol.

Fiquei desde novembro com metade da minha atenção dividida entre Feras e esse manuscrito e, nos últimos dois meses, confesso que eu não aguentava mais. O vai e volta entre histórias, editando uma e escrevendo o primeiro rascunho da outra, me deixou esgotada quando maio finalmente chegou. Mas, no espírito de “não precisa ser perfeito, só precisa ser feito”, a primeira versão de “Exorcismos de apartamento” ficou pronta no final de maio e agora está nas mãos da minha agente.

Uma pessoa me perguntou se vou publicar meus próximos livros com a Editora Buzz e, para ser sincera, eu ainda não sei. Não é algo que depende de mim, vai muito de como meus próximos livros vão se alinhar com o que a editora quer e com o calendário de publicação dela. Além disso, tem projetos que ainda vou manter no independente.

As Novas Românticas, por exemplo, é um livro que estou começando a editar agora para lançar de forma independente na Amazon em novembro. Quero muito lançar o físico dele um dia, mas o bichinho é muito grande e não estou disposta a cortar cenas ainda. Na verdade, meu plano é acrescentar, porque prometi capítulos extras para os meus leitores.

Eu também me afeiçoei muito ao Wattpad e, com a retirada de As Novas Românticas de lá, já estou pensando na outra ideia que, eu acho, daria um livro perfeito para lançar por ali primeiro. Como eu amo essa interação com os leitores e adoro histórias longas, ainda não estou pronta para me despedir da plataforma.

É tudo muito ambicioso. Ainda não sei se vou dar conta dessa carreira mista de publicação tradicional, publicação independente e publicação gratuita e seriada no Wattpad. Só sei que estou levando tudo com calma, uma história de cada vez, e a próxima que chega nas mãos de vocês é As Novas Românticas, meu humilde calhamaço com jogadoras do Barcelona, amizade colorida e muitas (muitas!) partidas de futebol.

Bienal do Rio de Janeiro

Para finalizar esta Newsletter, quero só dizer que estarei na Bienal do Livro nos dois finais de semana. Tenho uma sessão de autógrafos na Livraria Loyola na primeira sexta-feira, dia 13, às 15h. E Feras em campo será vendido no estande da Loyola durante todo o evento, até esgotar o estoque, que é limitado.

Depois, na sexta-feira do segundo final de semana, dia 20, vou participar da mesa “Raízes Fantásticas” do Skeelo. A mesa tem mediação de Patrick Torres e vou me unir a Fernanda Castro e Paola Siviero para falar sobre a literatura fantástica no Brasil. Nossa conversa acontecerá às 14h e, depois dela, teremos mais uma sessão de autógrafos. No estande do Skeelo vocês também encontram marcadores de Feras em campo e um botton fofíssimo que eu mesma vou correr para garantir antes que acabe.

Estarei no evento nos dias 13, 14, 15, 19, 20 e 21.

Estou levando um card A5 (aquele maiorzinho, perfeito pra colar na parede) e adesivos de Feras, que vocês podem pegar comigo quando me encontrarem pelo evento. Vou tentar marcar pontos de encontro todos os dias e divulgar nos stories do Instagram e pelo Twitter.

E por hoje é isso. Nos vemos na Newsletter pós-Bienal!

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