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#9: Retrospectiva literária
Todos os livros que li em 2024

Em 2024, eu já fiquei muito feliz em conseguir bater a minha meta de ler 30 livros (por pouco, porque li 32), e de quebra foi um ótimo ano de leituras. Adoro fazer esse levantamento, porque me dá a chance de refletir sobre tudo o que li, e espero que ele seja uma fonte de recomendações literárias para você.
Para facilitar, dividi essa retrospectiva em cinco categorias:
Releituras;
Sáficos;
Nacionais;
Decepções;
E o que sobrou.
Sem mais delongas, vamos aos livros!
Releituras
Na minha rotina de começar a ler vários livros e abandonar logo nas primeiras páginas, por não estar no clima daquela leitura ou achar tudo muito ruim, eu acabava apelando para uma releitura que me fizesse amar ler de novo. E funcionava sempre!

As estrelas do ano: minhas releituras
Em março, eu estava numa fase de ler fanfics korrasami e fiquei com muita saudade do universo de Avatar. Foi aí que me dei conta de que nunca cheguei a ler o segundo livro da dualogia da Kyoshi, então aproveitei para pegar o audiobook do ambos os volumes e reli The Rise of Kyoshi em preparação para The Shadow of Kyoshi. Os dois livros são incríveis, mas o primeiro é o meu favorito, acho que o plot é melhor desenvolvido durante ele, tem um ritmo mais viciante, e eu sou apaixonada pela implicância da Rangi com a Kyoshi, e também pela amizade e depois pelo romance entre elas. Se você gosta de Avatar e ainda não leu essa dualogia, agora é a hora! A Kyoshi é a minha avatar favorita (embora a Korra esteja quase páreo a páreo), e é ótimo ver um relacionamento sáfico nesse universo que foi bem desenvolvido sem precisar depender de fanarts e fanfics para se manter de pé.
Não sei o que aconteceu em agosto, acho que eu estava meio cansada de me decpcionar com algumas leituras (que nem cheguei a terminar), mas esse foi o mês das releituras. Eu reli o primeiro livro da minha série favorita de comédia romântica, Acorda pra vida, Chloe Brown, dessa vez em português e com o livro físico. Não tem o mesmo ritmo do audiobook, principalmente porque eu leio físicos bem devagar ultimamente, sempre distraída por algo mais urgente para fazer em casa ou no trabalho, mas o romance e a comédia ainda são tudo o que qualquer comédia romântica deveria ser. A protagonista é irreverente e, ao mesmo tempo, desperta muita empatia e carinho por parte do leitor. Red, o interesse amoroso, é o melhor tipo de namoradinho fictício. Além disso, esse livro tem muita representatividade, com uma protagonista gorda, autista (a autora é autista e, por mais que essa identidade não seja explícita no livro, no terceiro volume da série há um entendimento de que todas as protagonistas são autistas também) e que vive com uma condição crônica (a fibromialgia).
Em agosto eu também reli os livros da minha autora favorita de fantasia, a Ilona Andrews. Comecei relendo Clean Sweap, o primeiro volume de uma série de sci-fantasy que eu não consegui concluir antes. E… bom, não consegui concluir de novo. O primeiro volume é ótimo, todo engraçadinho e aconchegante, porque a história se passa em uma pousada no Texas que funciona como um portal e um ponto de pouso para seres de vários planetas. O meu problema é que o segundo volume da série é muito chatinho, coitado, e novamente eu não consegui passar dele.
Então recorri à minha série favorita, onde não tem erro, e comecei relendo Magic Bites. Não tenho medo de dizer que essa série é o ápice da fantasia urbana e do romance paranormal. Uma das minhas tristezas é ela nunca ter sido continuada no Brasil, mas já está completa em inglês e, se você tem a possibilidade, eu recomendo muito a leitura. Acho que todo mundo que gosta de fantasia urbana deveria passar por Kate Daniels e esse universo em que a magia e a tecnologia buscam por dominância. Ambientada em Atlata, nos Estados Unidos, essa historia tem de tudo: um alfa leão que é um ótimo namoradinho, uma protagonista inteligente e que sabe o que faz, daddy issues (só que com superpoderes), vampiros usando protetor solar colorido, werehyenas, mitologias de todos os tipos etc.
Minha alegria foi que toda a série da Kate Daniels (o nome da protagonista também é o nome da série) está sendo adaptada pela Graphic Audio, que produz audiobooks maravilhosos, com vários narradores e efeitos sonoros. Eu li todos os audiobooks da Graphic Audio disponíveis até agora no Storytel (por enquanto, 7 volumes) e estou ansiosa para finalizar essa releitura em 2025.
Com isso, foi um total de 10 releituras, praticamente um terço dos livros lidos em 2024. Acho que eu estava me sentindo bem nostálgica, fazer o quê?
Livros sáficos
Outra parte significativa das leituras de 2024 está na categoria dos sáficos. Foram 8 no total, contando com alguns que não têm romance como foco, mas pelo menos como plano de fundo.

A alegria desta bissexual que vos fala
Meu Top 3 de leituras sáficas é:
Honey Girl, de Morgan Rogers
Imogen, Obviamente, de Becky Albertalli
Canção dos Ossos, de Giu Domingues
No geral, que ano delicioso de leituras sáficas.
Comecei muito bem, com Imogen, Obviamente. Esse livro fica num entre-lugar, não é exatamente Jovem Adulto, porque os personagens não são adolescentes como na maioria dos livros do gênero, mas eu também não classificaria como New Adult. Ele é um livro sobre amadurecimento, sobre o início da vida adulta e a entrada na universidade, e é sobre descobertas e pertencimento. Apesar de não ser YA propriamente dito, eu sinto que ele tem tudo o que um YA perfeito traria. Com uma protagonista bissexual, ele traz questões sobre bifobia que muitos livros parecem ter receio de abordar. Além disso, o romance é tão gostosinho de ler. Eu me senti abraçada por essa história, e acho que é uma leitura fundamental para todas as amantes de livros sáficos.
De Iris Kelly não namora eu falo mais adiante (spoiler, foi uma das decepções do ano) e dos livros da Kyoshi já comentei anteriormente, então vale uma breve menção a Some Girls Do. Breve, porque o livro não me marcou muito, é um YA gostosinho de ler, com uma protagonista que é corredora e a outra… patricinha? Eu acho. Faltou um pouco de tempero no romance, e foi uma leitura lenta para mim porque eu não consegui me importar muito com o que estava acontecendo, o típico livro 3 estrelas.
Depois, eu li Canção dos Ossos, que comprei durante a Bienal. É uma fantasia nacional que não perde em nada para as gringas. Na verdade, é muito melhor do que várias fantasias internacionais que tentei ler ao longo do ano. O ponto alto do livro, para mim, foi o sistema de magia baseado na música, e o sistema hierárquico que advém disso. O universo não é do tipo em que a gente quer morar (aliás, Deus me livre viver no Conservatório de Vermília), mas ele é intrigante e encantador à sua maneira. Vale mencionar que não se trata de uma romantasia, porque o livro não é um romance e nem se propõe a ser (a autora já deixou isso bem claro). O relacionamento entre Elena e Eco é tóxico e desconfortável de ler em alguns momentos, e o livro tem cenas de abuso. Eu me peguei ansiosa para saber o que aconteceria em cada capítulo, e dividida entre torcer a favor ou contra a protagonista.
Já na reta final do ano, eu li o que se tornou o meu sáfico favorito (não sei se é o livro favorito do ano todo, mas com certeza está no topo dessa categoria). Honey girl é um romance de amadurecimento na vida adulta, e a história começa de uma maneira que já deixa a gente curiosa para ler mais: a protagonista acorda sozinha em um hotel em Vegas, com um bilhete da mulher com quem ela se casou. O foco não é o romance, mas mesmo assim eu adorei a forma como ele se desenvolveu. Perdão pelo trocadilho com o título, mas é como mel, vai escorrendo devagar e com doçura, conforme a protagonista descobre mais sobre sua esposa e elas passam a se comunicar, enquanto a gente fica na expectativa de um reencontro. Mais do que o romance, o que me cativou foi a escrita e a voz da personagem, seus conflitos e sua maneira de ver o mundo. Fico muito triste por esse livro nunca ter vindo ao Brasil, sinto que ele foi esquecido em 2021 e não é justo. Mas vou fazer da minha missão panfletar Honey Girl de agora em diante, e espero que a autora lance mais livros logo.
Por fim, em dezembro eu li Everyone in this room will someday be dead, outro livro cujo foco não é o romance. A protagonista é uma mulher lésbica que sofre de crises de ansiedade frequentes e acaba trabalhando como secretária em uma igreja católica. Entre performar heterossexualidade e catolicismo, ela se envolve no mistério de como a antiga secretária da igreja morreu (uma senhorinha já de idade). Esse livro é cheio de gatilhos para pessoas ansiosas como eu, mas eu achei estranhamente reconfortante estar na mente da Gilda. Apesar de a escrita ser muito crua e direto ao ponto, o livro é tão lindo, com vários momentos que me emocionaram. Dá para ver que a raiz da ansiedade da protagonista é a sua sensibilidade, que faz com que ela se importe demais com tudo, mesmo que para os outros ela possa parecer apática. E fica o aviso de que esse livro contém momentos de ideação suicída, então é definifivamente uma leitura para se fazer com cautela.
Livros nacionais
Eu gosto de exaltar os livros da nossa terrinha, por mais que não tenha finalizado a leitura de tantos quanto gostaria em 2024. Mas os que estão aqui são histórias que recomendo demais, então vamos a elas!

Nacionais maravilhosos
E foi assim que tudo mudou, da Thais Bergmann, é um YA que se passa no interior de Santa Catarina. A protagonista acabou de ter uma foto íntima vazada e, por conta disso, muda-se com a sua família para uma nova cidade. Na escola, ela faz novos amigos, se apaixona e vê uma amiga passar pelo mesmo que ela, o que a coloca em uma busca para fazer justiça pela amiga e por si mesma. Eu levei esse livro comigo para o trabalho algumas vezes e, quando falei a premissa para uma turma, dois alunos se interessaram muito, então emprestei o livro para eles e agora meu exemplar é orgulhosamente gasto.
Como já falei de Canção dos Ossos aqui, vamos para outro favorito do ano? Enquanto o universo não desmoronar foi o livro que a minha amiga, Adrielli Almeida, lançou pela Editora Rocco em 2024. Sei que sou suspeita para falar, mas a escrita da Adrielli é deliciosa, e Enquanto é uma história ao mesmo tempo leve e profunda, explorando o luto pelos olhos de dois adolescentes que tentam seguir com as suas vidas, ao mesmo tempo em que parece que viram o fim do mundo cedo demais. É um Jovem Adulto que recomendo para qualquer um que gosta dos seus livros com uma dose de melancolia, o que não compremete em nada a beleza da história.
Outro livro especial foi Sonho e Pesadelo, a estreia da Marina Dutra na publicação tradicional com a Editora Buzz. Esse livro narra o romance proibido entre o deus Pesadelo e a deusa Sonho, e é muito inspirado em Castelo Animado (eu não li os livros ainda, mas sou apaixonada pelo filme e amei ver a vibe dele nesse livro). O que se sobressai é a escrita da autora, uma prosa quase poética que te deixa quase em transe durante a leitura. É a definição de inebriante.
Por fim, o livro que me acompanhou até o dia 31 de dezembro, Garras, da Lis Vilas Boas, é um romance com jeitinho de novela e vibes de O Cravo e a Rosa, que nos traz o casamento por conveniência de uma bruxa e um lobisomem. Fantasia urbana brasileira tem um sabor especial, e Garras tinha tudo o que eu queria (e o que eu nem sabia que precisava). Ele é ambientado em uma versão do Rio de Janeiro populada por seres mágicos e recheada de negócios clandestinos. Espero que a Lis nos presenteie com mais histórias nesse universo, de preferência com outro dos irmãos Lacarez.
Decepções
Eu não tenho mais energia para ler livros de que eu não gosto até o final, mas isso não me impediu de me decepcionar. Os livros dessa categoria não são ruins, eles só não alcançaram as minhas expectativas e me deixaram com um gostinho mais amargo do que doce.

As decepções do ano
Se você gosta de algum livro desses, tá tudo bem, pode gostar aí da sua casa. Eles só são decepções porque alguém gosta e falou bem, me ajudando a criar expectativas. E também porque eu crio expectativas sozinha, baseado na capa e na premissa (My roommate is a vampire, estou falando com você!) ou na autora (Ali, my beloved).
Vamos começar pelo menos pior? Eu já sabia que não dá para esperar que a Ashley Herring Blake escreva alguma protagonista que não seja branca e magra, por mais que essa seja a maior crítica (e justificada) aos livros dela, mas no fim do dia Iris Kelly não namora foi simplesmente fraco. Eu gosto mais da Iris como melhor amiga das protagonistas do que como protagonista de fato, e a mulher por quem ela se apaixona, Stevie, é uma querida, mas eu não senti que elas formavam um bom casal. Adoro os dois primeiros volumes da série, acho que são comédias românticas perfeitas, por isso eu fui com expectativas altas. E, por mais que seja um livro três estrelas e ótimo pra passar o tempo, senti que esse terceiro volume foi algo contruído ao redor do trope de fake dating que não tinha muito enredo ou uma boa dinâmica de relacionamento para além disso.
Agora, um livro que de fato eu achei meio ruim (mas não totalmente, vai, duas estrelas ainda é alguma coisa) foi Morando com um vampiro. Juro, esse livro conseguiu transformar vampiro na coisa mais careta e entediante do mundo. A gente nunca deveria deixar os héteros se sentirem muito confortáveis escrevendo sobre vampirismo. Eu tentei tanto me divertir com essa história, mas cada página se arrastava. A gota d’água foi a cena hot do livro, tão cringe que me fez ser o tipo de pessoa que pula o hot! Enfim, se você quer ler sobre um vampiro que tem a aparência de vinte e poucos anos e a personalidade de um idoso, vá em frente, mas eu não recomendo.
Outro livro que começou legal e terminou meh foi A maldição do ex. Chegou uma hora na leitura em que percebi que estava me esforçando demais para gostar desse livro. Tive problema com o romance, e só acho que os protagonistas se merecem porque eles são igualmente entediantes. E também me incomodei com o aspecto de fantasia do livro, porque por mais presente que ele estivesse (a história gira em torno de uma maldição que a protagonista atirou no ex namorado quando estava bêbada), tudo parecia tão genérico que me deixou triste. É o tipo de história que parece ser ambientada em lugar nenhum e em qualquer lugar ao mesmo tempo, com aquele ar de filmes Hallmark que a minha mãe adoraria ler, mas eu não curti tanto assim. Eu dei três estrelas, no fim das contas, o que significa que gostei mais do que me lembro de ter gostado, mas aí é culpa da minha memória, não do livro.
Por fim, uma leve decepção foi a novela que a Ali Hazelwood lançou exclusivamente em audiobook, Two can play. A decepção só foi leve porque, ao mesmo tempo em que eu amo essa mulher e quase tudo o que ela escreve, nesse quase cabem as histórias mais curtas dela e a noção de que não dá para ler dois livros dela seguidos porque eles são basicamente a mesma coisa. Em Two can play tudo começou tão bem e depois desandou de uma forma que me deixou meio tonta. Dois desenvolvedores de jogos sendo obrigados a participar de um retiro numa cabana dessas que ficam no meio da neve, como parte de uma confraternização entre empresas rivais? Parece perfeito, né? Bom, estava perfeito até o momento em que eles transaram no meio do livro e a Ali resolveu que não precisava mais de enredo nenhum. A coisa toda podia ser um conto ou uma noveleta ainda menor, tive a impressão de que a autora ficou sem tempo e desistiu de contar a história, amarrando algumas pontas do jeito que deu.
Outros livros que não consegui encaixar em categoria nenhuma, mas que são ótimos

Os primeiros três livros dessa lista são cinco estrelas. E depois tem a Penelope Douglas.
Eu fui uma das pessoas que ficou obcecada pela autobiografia da Jennette McCurdy, Estou feliz que minha mãe morreu, um livro em que ela expõe o relacionamento abusivo com a mãe, seus altos e baixos na carreira como atriz (principalmente os baixos) e a luta com o transtorno alimentar. É um livro forte e honesto, extremamente vulnerável. Algumas pessoas descreveriam a prosa dela como cômica, mas eu acho que, por mais humor seco que alguns trechos possam ter, esse não é um livro engraçado. Ele é muito triste, isso sim. Como alguém que acompanhou a carreira da Jennette de atriz, foi de partir o coração ler tudo o que ela vivia por trás dos panos.
Acho que depois desse soco no estômago eu precisava de algo leve, então li Noiva logo em seguida. Dessa vez, a Ali Hazelwood não decepcionou! Além de um romance que já é de se esperar dela, do tipo que faz a gente dar risadinhas e se apaixonar junto com a protagonista, esse livro também foi uma ótima surpresa ao me dar aquele gostinho de nostalgia pelos romances paranormais que eu devorava em 2015 e 2016. Preciso que ela continue escrevendo nesse universo.
Outra fantasia foi Lições sobre afogamentos, que é um dark academia bem diferente do que a gente espera do gênero. A premissa é que uma arquiteta vai tentar renovar a mansão do seu autor favorito, já falecido, e se vê num labirinto de mistérios que a faz questionar tudo o que ela sabia sobre ele. A combinação da ambientação, em uma mansão caindo aos pedaços, com a prosa faz com que a gente se sinta num cômodo que vai enchendo de água aos poucos. O romance aqui é muito leve e secundário, mas mesmo assim se encaixou bem na história e me manteve entretida, embora todos os meus elogios sejam para a escrita da autora e para o micro-universo criado. Sei que algumas pessoas podem achar o livro um pouco maçante e lento, mas a lentidão dele foi um ponto positivo, a meu ver, porque permitiu que eu lesse com mais calma e ficasse imersa nessa ambientação por mais tempo.
E aí deixa eu falar de uma série de livros que tenho até medo de mencionar, porque as leitoras são intensas, mas para a minha sorte eu não tô aqui para falar tão mal assim. Da mesma forma como Morando com um vampiro é meio ruim, Hideaway é meio bom. Ele é melhor do que o primeiro livro da série Devil’s Night e consegue manter o entretenimento até um pouco depois da metade, mas eu confesso que esquecia de prestar atenção no audiobook em vários momentos. Além de a gente precisar relevar muita misoginia e heteronormatividade nesses livros, também precisamos nos esforçar para achar os personagens interessantes. Ter terminado de ler esse livro foi um ponto para mim, que abandonei tanta coisa ligeiramente melhor, e estou orgulhosa, então três estrelas pra ele.

Essa imagem contém dois favoritos
Vamos começar pelos melhores dessa última seleção?
Circe foi uma das leituras mais marcantes do ano, e eu nem sou uma das fãs de A canção de Aquiles, que nunca terminei de ler (mas pretendo, não briguem comigo!). A Madeline Miller tem o tipo de escrita que eu definiria como PERFEITA. Ela consegue capturar a sua atenção em cada parágrafo, ser profunda sem deixar de ser acessível e ser poética de uma maneira muito sutil, em uma frase ou outra que parece agarrar o nosso coração. A forma como ela contou essa história fez com que eu me sentisse abraçada, e a Circe foi uma personagem que eu vi como amiga, mãe e irmã, tudo ao mesmo tempo. O livro perfeito para os amantes de mitologia grega e bruxaria, mas também para todas nós que já sonhamos em ter uma casa no campo e viver da terra.
Outro favorito foi Enciclopédia das Fadas de Emily Wilde, uma fantasia sobre fadas que conseguiu ser completamente nova e autência num gênero que já é tão explorado. Eu adorei a protagonista totalmente nerd e o interesse amoroso meio afeminado, é um livro muito bissexual mesmo sem ser. Ele é engraçadinho e encantador na medida certa, só espero que algum dia eu consiga escrever uma fantasia com tanta alma quanto essa. Estou ansiosíssima para ler o próximo volume agora em 2025.
Nessa mesma vibe de fantasia, em Divinos Rivais o mundo real parece estar muito mais presente, principalmente na forma como ele retrata a guerra (por mais que, nesse caso, seja uma guerra entre deuses). Eu acho que nunca tinha lido um livro de fantasia que narrasse esse lado mais “mundano” de um conflito mágico, e nessa história os protagonistas são meros correspondentes, não soldados. Essa foi minha parte favorita da leitura, o olhar diferente sobre a guerra. Mas eu também amei toda a ambientação, o universo que vai se expandindo aos poucos, o romance entre os protagonistas e o sabor de chá quentinho que a escrita da autora transmite. Confesso que ainda não li o segundo volume da dualogia só porque não quero que acabe.
Por fim, Você de novo foi a fanfic Reylo mais adulta que li até agora. Foi uma mudança de ares ler o Adam Driver em um romance contemporâneo e não em uma comédia romântica. Adorei a representatividade bi na protagonista e fiquei muito envolvida em todos os dramas dos personagens. Adoro o plot de “ex-namorada em comum” e ele foi muito bem executado aqui, mas não é a parte central do conflito entre o casal. Também tenho um fraco por histórias que se passam ao longo de vários anos, e gostei de acompanhar o amadurecimento dos protagonistas ao longo dos capítulos, mas confesso que não lembro de muita coisa, porque li em abril e não teve nenhuma cena específica que achei marcante, o que tenho é a noção de ter gostado da jornada de leitura.
E é isso, esses foram os 32 livros que li em 2024. Foi um ano excelente de leituras, eu consegui voltar a ler mais físicos, por mais que a maioria ainda seja de audiobooks. Em 2025, planejo continuar encaixando livros físicos na minha rotina e pretendo ler mais livros nacionais.
Vem aí…
Estou cheia de planos para 2025 e mal posso esperar para voltar aqui com notícias sobre lançamentos e projetos futuros. Tenho um (grande) segredinho sobre o qual estou ansiosa para falar.
Abraço e te vejo no futuro!
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